TRONO DE VIDRO - SARAH J. MAAS

No dia que eu li esse livro, já fazia mais de um ano que eu o havia ganhado em um amigo oculto de trabalho. Eu tinha vindo de uma longa jornada lendo A Seleção e me fartei um pouco de livro sobre romances em reinados, assim como é o primeiro volume de Trono de Vidro, por Sarah J. Maas.

Por isso, não dei muita coisa ao livro. Seria só mais um. Contudo me apaixonei pelo enredo ao longo da leitura. 

A ficção é sobre uma assassina de 17 anos que negocia sua liberdade com o perverso Rei de Adarlan, mas, para isso, precisa competir com outros criminosos até um duelo final, revelando-se a campeã do rei ou não.

ATENÇÃO: o que eu discorrer nesse post diz respeito APENAS ao primeiro livro e não sobre a série no geral. Ainda não li o restante, mas sei que a narrativa passa por diversas transformações, ficando, então, bem diferente do início.

Sendo assim, no início de tudo, Celaena Sardothien é a protagonista, uma assassina de dezessete anos, com um passado sombrio e trágico, capturada pelo rei, que precisava de um criminoso para competir em seu favor. Escolhida pelo príncipe herdeiro, ela é bem interessante, visto que não é fria, mas se revela com uma alma, tem sentimentos e até gosto por leitura. 

Eu gostei bastante dessa personagem, pois, ela é bem sugestiva. Deixar um personagem mais forte, mais real e, por vezes, contraditório e complexo, é uma característica de personagens bem trabalhados. Confesso que nem todos os livros que eu li tinham uma personagem tão bem investida como Celaena Sardothien. 

Dorian Havilliard é o príncipe herdeiro, ele seria um personagem principal quase secundário na minha opinião, o que temos desenvolvido dele é um arquétipo, ou seja, algo generalizado que o leitor já espera de um príncipe em um romance como esse, que ele seja bomzinho e fique com a mocinha desprotegida que, por acaso, não é uma dama da corte. Pelo menos no primeiro livro, ele não se mostra um personagem diferente, ele é exatamente o que o leitor espera, sem surpresas. Por isso, não está tão bem trabalhado quanto a protagonista.

Chaol Westfall é o guarda real, amigo próximo do Príncipe Dorian desde a infância, recrutado para proteger — isso mesmo — a assassina! Eu também considero ele um personagem secundário nesse livro, contudo, bem trabalhado, pois não há um arquétipo que possa ser usado para definir a conduta dele ao longo da narrativa. Eu diria que ele quem quebrou o gelo do clichê, deu mais originalidade à estória e um ar de imprevisibilidade. 

Nehemia Ytger é uma personagem igualmente amável que também está lá por causa de Celaena e acredito que ela seja uma personagem para dar ainda mais conteúdo ao enredo de Sadorthien e ser o empurrão para que a narrativa saia da superfície.

Nox Owen é um personagem assumidamente secundário que realça altruísmo na protagonista. É um concorrente da assassina, mas estão sempre juntos.

Esses foram alguns dos muitos personagens que eu quis citar, pois, foram os meus preferidos, mas a história, apesar de ter aspectos bem previsíveis, na última página, ela nos deixa com um gostinho de "quero mais", por ser imprevisível, talvez por ser um livro continuado. O leitor não espera que Celaena tenha a atitude que teve no último capítulo. Muito do que se foi construído em relação a personagem até o duelo final da competição é ligeiramente questionado no fim. 

Sarah J. Maas não deixa a desejar no quesito usar os personagens secundários para revelar ainda mais características da protagonista, todos os que citei nesse post tem algo a realçar na personalidade de Celaena Sardothien. Nenhum dos personagens são desnecessários, todos executam uma função. Já li livros que personagens aparecia por aparecer, os de Maas, no entanto, tinham objetivos claros. 

A forma como a autora descreve cenas e personagens dá ao leitor uma grande impressão que eles são reais e isso é muito positivo. Quanto mais o leitor tem aquele persongem por real, ou seja, poderia ser uma pessoa que realmente existe, melhor é a estratégia do escritor. Ora, personagens mortos não fazem bons livros, todos precisam estarem vivos; parece óbvio, mas é mais difícil do que se pensa. 

Sem contar que o livro traz uma cultura diferente, que eu não tenho certeza se é real ou fictícia, mas é igualmente bem trabalhado.

Repito: tudo descrito aqui é apenas sobre o primeiro livro. Pelo o que já andei vendo na internet a dentro, ainda tem muita água para rolar na vida deles, muito Plot Twist pela frente. É um livro que eu indico, uma aventura bastante gostosa de ler. 

Eu daria cinco estrelas. 

☆☆☆☆☆